Pois se só pudéssemos nos virar, arranjar nossas vidas, nossas almas onde houvesse um pequeno cais , embarcadouro e mar. Junto das montanhas , onde a Lua fica mais próxima ?
Um mundo onde o oceano e a mata se amam.
E se virássemos as costas para tudo e o sentido da vida fosse apenas o barulho da arrebentação. Na nossa casa , sem número e sem fechaduras , como dizia o poeta.
Viveríamos muito próximo do paraíso terrestre.
E lá eu segui o chamado: fui pela trilha da serra, com a mata Atlântica ainda exuberante.
Escalo cada pedra, colho uma flor pequena e vermelha , sou silêncio e maresia.
Misturo o sabor dos peixes com as frutinhas do caminho: pitangas ! .
Os pescadores já estão de volta e os peixes ainda brilham presos na rede: pescaram um cação imenso.

No fim do dia , a cachoeira reina e o céu transporta nuvens. Um bando de borboletas passam por mim. Pensei assim : as borboletas vestem roupas diferentes cada dia.Com esse bichos não existe tédio.

"Cuándo lee la mariposa lo que vuela escrito en sus alas ?"

Quando chega à noite, a poltrona confortável, o colo , o descanso.
Barulho de coruja e grilo. Sua pele quente armazena todo o sol do dia.

O céu todo vestido de estrêlas. Avisto um planêta: Vênus.


"Y qué palpitaba en la noche ?
eran planetas o herraduras ?"



* trechos de poemas de Pablo Neruda,
Livro das Perguntas.


* wasabifish photo

Marcadores:

| Por Prensada | quarta-feira, 15 de outubro de 2008 | 09:45.