Por mim, tá ok. Não fumo cigarros.

Mas tem gente que vai pirar com a proibição. Não poderá
curtir um jantar , bebidas, uma boa conversa , um café caprichado ,etc .
Vai ter que sair correndo
prá rua prá poder dar umas tragadas, quando bater a fissura.
Acho que fere todos os direitos do cidadão comum, é
uma arbitrariedade.
Esses políticos de merda querem se meter e tocar em todos
os atos humanos.
Estão preocupadíssimos com a nossa saúde...tsc,tsc.
O que vai ter de bar, restaurante e lanchonete mudando a razão
social para tabacaria.
Pela lei desse governador medonho,
você poderá fumar dentro de tabacarias e centros espíritas
umbandistas. Ah,ah,ah,ah.




Ó Fernando, na pele de Álvaro de Campos,
seu poema nunca foi tão popular.


(...) Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco ?)
e a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convecido, humano,
e vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo o cigarro ao pensar em escrevê-los
e saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
e gozo, num momento sensitivo e competente,
a libertação de todas as especulações
e a consciência de que a metafísica é uma consequência
de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
e continuo fumando
enquanto o destino mo conceder, continuarei fumando.
(...)

O homem saiu da Tabacaria ( metendo troco na algibeira das calças ? )
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
( O dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe, Adeus ó Esteves !,
e o universo reconstrui-se-me sem ideal nem esperança,
e o dono da Tabacaria sorriu.



* Foto sensacional que, infelizmente, eu não tenho o autor.

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| Por Prensada | terça-feira, 14 de abril de 2009 | 15:12.