Prancha de isopor prá pegar onda e se refrescar na praia,
depois da escola.
Sol forte no fim de tarde de verão.
E tinha brincadeira de forte-apache, uma coisa louca que
tinha cercadinhos,cavalinhos, índios apaches
e claro, a Sétima Infantaria que dizimaria todos aqueles
pobres silvícolas.
A Gringolândia já tinha tomado conta
do Brasil.
Éramos todos colonizados e sonhávamos com Touro-Sentado
e não com o índio Tupinambá.

Brincar no quintal ,vitrolinha para ficar sonhando
e cantarolando e fazíamos bonequinhos de pano
e fantasias de fantasma.
Teatrinhos ao ar livre, palco de papelão
e brigas de arrancar os cabelos para os papéis principais.
Eu sempre acabava chorando, porque apanhava dos grandões.
Sem falar da cachorrinha vira-lata, a pretinha. Que viveu quase
cem anos na idade dos cachorros.
Feia prá danar, mas um amorzinho.
Boa de embolar na grama brincando de guerra.
Soldados e trincheiras, granadas e bolo de fubá no final.
O Vietnã estava nas revistas toda semana.

Junto ao mar, castelos de areia em estilo medieval -
ninguém sabia de artes da Idade Média, mas os castelos
da minha memória eram esses, com grandes torres,
pontes movediças e artilharia pesada nas janelas
esculpidadas a palito de sorvete.
Arquitetos cobertos de areia,
Baldes de palitos de sorvete viravam portas e pontes.
Bandeirinhas na pontas das colunas e torres,
vermelhas de papel do Chicabon.
Daí, chegava a onda forte e a brincadeira
recomeçava.
Ou então escalar as pedras do antigo Forte ,
subíamos até algum lugar alto
e ficávamos de bobeira tomando sol
e mergulhando quando o suor escorria.

Grandes quintais vizinhos, com muitas árvores;
quase um sítio, muito bem cuidado.
Árvores frutíferas, ameixas, carambolas e jaboticabas.
Bananeira. Mangas.
Uma horta prá necessidades rápidas de verduras, tomatinhos
e cheiros para tempero.
4 cachorros vira-lata e sete irmãos.
Meus vizinhos, meus amigos.

O homem na Lua, Nasa , Apollo 11 , Beatles, Credence , Janis, Hendrix, Simon & Garfunkel,
Crosby,Stills,Nash & Young, The Doors , Rolling Stones, James Taylor, Bob Dylan.
Coisas da época.
Passos gigantescos para toda a Humanidade , disse Neil Armstrong -
Não entendi bem essa frase na época.
Será que tudo mudaria aqui depois de dos 3 astronautas caminhassem em solo lunar ?
Haveria uma transtorno planetário ?
Será que prá caminhar na Lua não tinha que pedir licença prá algum santo ?
O Santo da Lua. Não pediram licença , foram entrando e deu no que deu.
Todo mundo tendo mirações.
Os astronautas retornaram de um ritual magnífico
e nunca mais foram os mesmos.
Miração, miração.
Mas acho que alguma coisa mudou sim,
mas tudo continua uma danação....ahahaha !

Enfim, o homem na Lua era o assunto principal,
e as calças boca-de-sino.
Era um grande momento: calças-boca-de-sino;
paz e amor , bicho.
Música suave e notícias sobre os astronautas
que davam volta na Terra.


* Tô bem maluca hoje.


* Imagem via Yay!Everyday

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| Por Prensada | terça-feira, 14 de julho de 2009 | 13:24.