Perdida descendo a serra para o mar, no sol , no vento , nos sentidos -
todos grudados feito areia no meio dos seus pés.
No vão entre as unhas, aquele inferno negro no canto esquerdo. Muito feio.
E você já caminhou uns três quilômetros pela areia molhada -
atenta aos peixinhos que ficam cantando nas pequenas ondas.
E você naquele mantra das águas, caminhando siderada
ou navegando loucamente feito o pirata James Cook.

Bebendo cerveja no sol e rabiscando na areia uns desenhos, setas
e símbolos do livro antigo.
Siri correndo na beira d'água,
atropelo da onda que o leva para um refúgio.
Sim, sirizinho, é melhor fugir da gente.

Vejo passar , iluminado, o Barco Iluminado da Santa
hora do por-do-sol.
A Santa vai arrastando na maré aquilo que não presta,
lá pro fundo mais que profundo
e purifica na espuma o que tem que ser.

Vinha fazendo uma história na cabeça
pelos lados do Cambuci agora há noite -
com Ofelinha e Fernando Pessoa. Risos.
Desculpem a intimidade
( tudo por uma imagem que vimos na aula )
uma pintura.

Depois , próximo à Consolação já despenquei com aqueles roteiros de cinema americano,
com duelos de espadas, grandes tomadas de caravelas, canhões e mortos para todos os lados. Napoleão Bonaparte desembarca no Recife, vindo de Santa Helena
camuflado nos porões e cria a França Ocidental.
Um musical franco-brasileiro, com libreto e 50 atores em cena,
mais orquestra e coral.




* Imagem via Bear



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| Por Prensada | quinta-feira, 29 de outubro de 2009 | 23:21.