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Sou pó, mas carrego no bolso constelações. A rotina é tão surrada e tosca que prefiro as coisas do passado. Os pórticos avermelhados dos palácios de Castela, por exemplo. Nem sei se os castelos espanhóis são tão rubros. Tive desmaios constantes dentro deles. Vendi as terras e comprei livros, um pingente em forma de astrolábio *. A palavra mais tesuda do dicionário do Aurélio. Veio do Yemen, do deserto. O ídolo de ouro de Maomé. Operações de magia, cavaleiros cristãos iam e vinham pelos reinos da terra fazendo justiça * - Palavra que mais odeio do dicionário do Aurélio ) -
Justiça com a ponta da espada.


Sou pó, a mais mal ajambrada imagem de Deus.
Sou aquele sonho que entretece no sono e na vigília. Aquele sonho que você apaga quando abre os olhos.
Uma antiga espada de Toledo, uma lança e um rosto que falava latim, persa e algo de árabe.
Uma Babel que até hoje não se entende: mas continua na sua busca insana do Ouro.
Alquimistas de Ipod. Ipad. Ipat. IBlog . Não queimem as bibliotecas.
Seria a derrocada humana.


Louvado seja Muahammad, o deus que não dorme.*



* com o auxílio & inspiração do luxuoso
Jorge Luis Borges



* Imagem via Sanaa Yemen via My Marrakesh


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| Por Prensada | domingo, 31 de janeiro de 2010 | 20:36.