Tajikistan, Russia, Armenia, Ukraine, Poland, Serbia, Turkmenistan,
Iran, Georgia, Azerbaijan, Kazakhstan, Bulgaria,
Bosnia and Herzegovina, São Vicente e Santos.
Tudo terra de ciganos provavelmente. Não sei quando ou em que momento a cidade natal à beira do cais começou a desandar. Acho que foi batizada ao contrário, de ponta pro ar. Por conta da santa que foi jogada no mar por um pirata inglês de pouca reputação.
Então, tem aquele ar pouco hospitaleiro e desconfiado de estrangeiros, apesar de ser um porto.
Uma janela aberta para outros povos.
Desconfiadíssimos das sombras e dos ciganos ancestrais que passavam em caravanas.
Ciganos, ciganos, lá da ponta onde o canal do Estuário faz a curva , tão sinuoso, que diversos barcos de grande calado ficaram por lá, na redundância de ver navios...
Os ciganos não foram os responsáveis por todo aquele baixo astral.
Foram despejados dos porões dos navios em terra de bananeiras.
A culpa e o pecado são portugueses.

Se eu tivesse meu caminhão de cigana, viajaria até aquele lugar quieto e pacífico.
Tentaria chegar até o alto daquela montanha , da minha antiga visão, estradinha de terra batida em espiral. Quando chegasse lá no alto , eu estaria rindo muito. Alguns ciganos estariam comigo,
rodaríamos em volta do fogo e a névoa nos encobriria.Mas não sentiríamos medo.
Estaríamos com os anjos das montanhas.
Todos bêbados e alegres dançando aquela canção tão antiga e singular.
Comida farta e a magia do saber ancestral. As cartas ciganas, punhal , cálice, ferraduras e estrêla.
A beleza das almas deve ser cantada , dizia aquela carta do baralho.
A beleza das almas deve ser limpa, purificada.
A beleza oculta como os diamantes, dentro do seio do mundo.
A beleza oculta no coração.

Somos todos tão poderosos na insensatez, mágicos sem cartola ,
cheio de truques e nos perdemos em teatro ruim;
como aqueles chineses esquisitos que comem gafanhotos nos palcos
e arrotam a melhor carne de caça;
o atirador de facas que sempre erra o alvo e mata a mulher de maiô.
Queremos ser mágicos e só provocamos caos.

Despertamos de um sono profundo e olhamos as estrêlas.
E não sabemos o que fazer com elas.
Elas sempre nos levam, per áspera ad astra.
Os ciganos são confundidos com os imortais ;
nas estradas do mundo conhecido
e desconhecido.


* Imagem Billion of stars - via sine qua non

* Última lua cheia de maio * poderosa

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| Por Prensada | quarta-feira, 26 de maio de 2010 | 20:33.