Realmente não sei informar muito sobre ela.
Mas garanto que é como um bom filme,
se você gostar de cinema.
Somos íntimas na dor, isso é um fato.
Distância e intimidade, não sei bem o que é isso.
Ela não é um filme para grandes multidões.
Nada hollywodiano, mas tem aquele climão -
igual ao ritual das cortinas vermelhas
que se abrem devagar no cinema -
e você mergulha na fantasia*

Tomando um trago duplo aqui * right now *
( porque aconteceu um descompasso à tarde )
- saí fora da música total -
happy hour muito nublado
aqui no fim da rua da Consolação.

Sim: resumo e resmungo -
é lindo o resumo sobre ela,
A personagem que escrevo pode se situar em qualquer lugar,
nessa monumental pilha de palavras ,
e não falo nenhuma mentira.
Escrevo o que penso e o que salta aqui da ponta dos dedos.

A personagem pula sem cerimônia em cima de mim
feito um bicho, com vontade
que vou aos poucos me habituando
Um bicho peludo qualquer , urso branco, urso marrom, urso cinza,
coyote, lobo, veadinho e jaguar.
Vamos lá, alcool, please !

Escrever sobre um personagem e traçá-lo
com pele, sangue e movimento.
Não esquenta, filhotinho ;
é apenas o vento batendo , com um pouco de chuva miúda;
O vento frio passa no começo da noite,
nesse happy hour noturno
em que escrevo , grito e enlouqueço.
Tenho fé que em poucas Luas,
terei o personagem aqui comigo,
uma fêmea vai começar a falar.


* hoje tive um dia tipo Ulisses do Joyce,
Alla que me lóki



* Imagem via Sarah Shine


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| Por Prensada | terça-feira, 27 de julho de 2010 | 17:51.